O quão eficazes são a sirene e os giroflex de ambulância quando instalados corretamente no veículo? Bem, essa é uma pergunta que vários governos, estados, instituições, agências e hospitais vem tentado responder. O que pode surpreender de certa forma quem lê este artigo, é que por um consenso geral as luzes de advertência e emergência, na maioria dos casos, são usadas em demasia, mas mesmo assim os governantes e gestores não modificaram o emprego delas.
Que conclusões podem ser tiradas de pesquisas cada vez maior nesta área? E … o que pode ser aprendido com a pesquisas a fim de reduzir eventuais problemas associados ao emprego do giroflex ou sirene em ambulâncias?
Um estudo fruto de pesquisa realizado em 2015 pelo Departamento de Segurança Interna, Divisão de Ciência e Tecnologia dos Estados Unidos foi elaborado no intuito de fornecer as melhores práticas no segmento de saúde.
No entanto, este estudo NÃO estabelece a política de veículos de emergência nem oferece as melhores práticas com relação à sirene ou giroflex de ambulância. O que o estudo fez foi informar várias agências que definem as políticas e uma ampla gama de descobertas, para que então os grupos de interessados estabelecessem suas próprias políticas.
Apesar do estudo abordar vários assuntos relativos ao segmento da saúde, neste texto abordaremos apenas as conclusões relativas às luzes de advertência e sirenes aplicados em ambulâncias.
1 – Quem Decide Quando usar a Sirene e o Giroflex de Ambulância?
O relatório recomenda que a utilização de luzes e sirenes da ambulância sejam determinados pelo profissional sênior de medicina a bordo do veículo ao invés do motorista.
Isso se dá a 2 fatores: o primeiro é a gravidade das informações do diagnóstico inicial e em segundo lugar, seria a gravidade do paciente e o nível de estabilização após o atendimento inicial feito no local do acidente.
Assim, pelo entendimento do estudo, somente o paramédico sênior teria estas 2 informações e por este motivo ele deveria ter a opção de diminuir ou atualizar a utilização da sirene ou giroflex de ambulância durante o transporte do paciente para o hospital.
2 – Cor das Luzes do Giroflex da Ambulância
O estudo enfatiza que a escolha das cores das luzes em uma ambulância não é tão importante quanto sua visibilidade. O mais importante é que elas devem contrastar com o ambiente e é esse deve ser o aspecto principal do giroflex de ambulância.
Há uma preferência pelo amarelo ou laranja, pois essas cores são mais bem vistas em contraste com vários fundos diferentes. Mas a pesquisa conclui que não há diferença estatística na utilização diurna do vermelho-laranja ou vermelho-azul ou laranja-branco. O que importa é a visibilidade segundo eles.
Uma ampla gama de outros fatores além das cores claras também contribui para a operação eficaz de uma ambulância. A visibilidade e o reconhecimento das ambulâncias em um local são aprimorados por tratamentos de conspicuidade retro refletiva (à noite), letras, gráficos e esquemas de cores do veículo.
A velocidade é outro fator que afeta o desempenho pois de acordo com este relatório, as ambulâncias não devem transitar a mais do que 60 km/h além do limite de velocidade anunciado, pois muitas vezes, elas colidem com outros veículos.
3 – Colisões de Ambulância
Realizar o trajeto de um hospital para um local de acidente é muito mais arriscado do que as pessoas imaginam pois qualquer socorrista se locomovendo com urgência para um local do acidente executará manobras de mudanças de faixa frequentes e ultrapassagens mais arriscadas.
Mesmo com a sirene e o giroflex de ambulância acionado, os motoristas devem ser extremamente vigilantes, especialmente nos cruzamentos, pois eles nunca terão a certeza se os motoristas civis e pedestres estão ou não cientes de sua presença.
Os acidentes muitas vezes acontecem entre unidades de ambulância e motoristas civis, ou pelos próprios motoristas da ambulância ao transitar e manobrar por outros veículos (uma ocorrência comumente conhecida como efeito esteira).
Muitos relatórios documentaram a quantidade de acidentes que ocorrem quando as ambulâncias estão “em movimento” mas o que ainda não se sabe com certeza é o que realmente causa estes acidentes.
A análise de 73 profissionais da saúde entrevistados no estudo indicou que 78% estavam pessoalmente envolvidos em acidentes com motoristas ou testemunharam o efeito esteira quando a ambulância transitava entre outros veículos.
Avaliar os fatores que causam os acidentes é um processo longo e muitos aspectos devem ser levados em consideração antes de se afirmar definitivamente quais são as causas. Algo também considerado é que mesmo que haja danos de parachoques ou outras pequenas colisões sem ferimentos.
Estes incidentes criam repercussões econômicas que não devem ser deixadas de lado ao avaliar os custos e benefícios da sirene e giroflex de ambulância. Levick (2008) relatou que os acidentes com efeito esteira ocorrem com uma frequência de 5 vezes maior se comparada aos acidentes envolvendo uma ambulância e um motorista civil.
4 – Conclusões da Pesquisa
Apesar dos fatos apresentados, talvez um estudo também deve ser realizado com o objetivo de determinar o quão bem educados e preparados são os motoristas de trânsito em geral a fim de lidar com situações de encontro com veículos de emergência, especialmente em cruzamentos, e como os motoristas ficam perturbados quando veem luzes piscando ou ouvem sirenes estridentes.
Também existe a possibilidade de que motoristas inexperientes e agitados possam se acidentar por estarem em uma situação estressante e ficarem confusos. De acordo com as estatísticas da Move Over America, 71% dos motoristas não sabem o que fazer em uma situação dessa e até que estudos suficientes sejam conduzidos nessas áreas, a sirene e o giroflex de ambulância não podem ser responsabilizados.
Como podemos ver, existem vários estudos diferentes que oferecem resultados para melhor compreender o uso de sinalização e sirenes. O Relatório Sanddal (2008) afirma que a maioria das colisões com ambulâncias ocorre quando as luzes estão piscando e as sirenes estão soando.
Já Addario (2000) e Kupas (1984) confirmam que os tempos de resposta são apenas ligeiramente mais rápidos quando o giroflex de ambulância e a sirene são empregados. Finalmente, o consenso geral é o de que luzes e sirenes devem ser avaliados em relação a vários fatores, incluindo a segurança pública, pois devem fazer mais bem do que mal.
Referências: Tradução do texto: https://www.extremetacticaldynamics.com/knowledge-base/emergency-vehicle-lights/ambulance-lights/