A maioria de nós possui uma relação de amor/ódio com um carro de polícia. Odiamos quando vemos uma viatura, principalmente quando estamos indo um pouco rápido demais na rodovia, mas adoramos se aparecem quando precisamos de ajuda, seja após um assalto ou situação de emergência.
Os policiais utilizam um carro de polícia para muitas coisas: patrulhar e fazer ronda em determinadas regiões, perseguir suspeitos, carregar equipamentos de perícia, conter e transportar criminosos e até mesmo como links de comunicação entre as viaturas e central da polícia.
Mas o que torna um carro de polícia diferente de outros carros que trafegam nas ruas? É preciso muito mais do que apenas algumas luzes piscando no teto, uma sirene e um rádio de comunicação para responder esta pergunta.
Os carros de polícia mais modernos tendem a ser mais robustos do que os carros comuns dos civis sendo equipados com uma série de itens de tecnologia.
Neste artigo, descobriremos como um carro de polícia é transformado para tal finalidade, do que é capaz e que equipamentos uma viatura precisa para fazer um bom trabalho. Também daremos uma olhada na história dos carros de polícia.
1 – Modelos de Carro de Polícia
Todos os carros de polícia são baseados em modelos de produção padrão de carros civis, exceto em casos raros em que os veículos militares são convertidos para uso policial.
Não existem empresas que fabricam carros exclusivamente para uso da polícia, com raras exceções. Em vez disso, as montadoras podem fazer versões especiais de certos modelos para fornecer à polícia.
No Brasil, o mais comum é o governo, estado ou município, quando necessita de um carro de polícia, abrir um processo de licitação de compra de um veículo civil.
Por sua vez ele é transformado para atender às suas necessidades particulares sendo estes veículos personalizados pela empresa vencedora da licitação para o tipo de corporação e utilização discriminados no processo licitatório.
No Brasil podemos encontrar carros de polícia dos mais diversos tipos, sedãs ou hatch, dentre eles: Voyage, Spin, Palio Weekend, Corolla e Hilux SW4.
Todos eles quando adaptados, se encaixam no perfil típico de um carro de polícia brasileiro. Os sedãs grandes são mais utilizados quando se deseja mais espaço no porta-malas para equipamentos e mais espaço no banco de trás para transportar suspeitos.
Países como USA já se costuma utilizar carro de polícia comuns, mas com características modificadas pela própria montadora.
Já fora da América, normalmente os países usam carros domésticos de natureza semelhante. por exemplo: na Itália, um departamento de polícia pode escolher usar um Fiat como veículo de serviço, enquanto na Alemanha um BMW pode ser uma escolha lógica.
No entanto, existem muitos veículos da polícia que não se encaixam nos moldes padrão de um carro de polícia. Por exemplo, SUVs e picapes são frequentemente usados em áreas com terrenos acidentados ou em situações em que os policiais precisam carregar muitos equipamentos extras.
Em alguns outros países, os departamentos de polícia são conhecidos por usar carros mais exóticos. Carros esportivos às vezes são usados com o foco de marketing ou como veículos de perseguição especiais – Camaros policiais, Mustangs, Corvettes são os mais conhecidos.
Na Itália existe até mesmo alguns Lamborghinis policiais na frota da polícia. No passado, esses exóticos italianos eram carros de polícia adaptados exclusivamente para a finalidade. Nos dias atuais a Lamborghini começou a equipar já de fábrica seus modelos Gallardo para o trabalho policial.
Esses carros de polícia mais exóticos são geralmente utilizados como ferramenta de marketing ou relações públicas em vez de carros de patrulha e, em alguns casos foram originalmente confiscados pelo departamento das redes antidrogas.
No entanto, existem relatos de que os italianos usam seus Gallardos para tarefas diárias de patrulha. A seguir, vamos adentrar em um carro de polícia e descobrir o que o diferencia de um carro comum.
2 – Componentes para o Carros de Polícia
Imagine os tipos de esforços que um carro de polícia deve ser capaz de suportar. Basta lembrar das situações extremas que uma viatura deve ser capaz de suportar ao perseguir suspeitos em fuga a velocidades superiores a 150 Km/h, em terrenos acidentados e podendo sofrer batidas por carros de criminosos.
Por outro lado, um carro da polícia pode passar o dia inteiro parado em apenas um lugar, circulando e parando de hora em hora ou trafegando em baixa velocidade, enquanto o policial aguarda por sinistros que possam ocorrer ou patrulha um bairro suburbano.
Justamente pelas 2 situações mencionadas acima, um carro de polícia deve ser capaz de suportar o sol implacável do verão e as noites frias de inverno e muitas vezes ser capaz de mudar rapidamente o estado de “parado” para “aceleração” em uma fração de segundo.
Enquanto faz tudo isso, o carro precisa fornecer energia suficiente para os sistemas de rádio, uma central de comunicação, barra de sinalização, sirenes e qualquer outro equipamento que possa estar instalado no carro de polícia.
Como se tudo isso não bastasse, após adaptados, principalmente se for um carro blindado, os carros da polícia tornam-se mais pesados do que seus equivalentes civis, dependendo do modelo e das opções instaladas.
É importante lembrar que o objetivo principal ao projetar ou adaptar um carro de polícia comum não é a potência ou o desempenho, mas a durabilidade.
3 – Equipamentos para um Carro de Polícia
Quando um veículo é fabricado no Brasil, já dissemos que ele não é projetado para ser um carro de polícia e portanto ele não vem de fábrica com os equipamentos que os policiais irão precisar.
Sendo assim, cada tipo de polícia (militar, civil, rodoviária ou municipal) tem suas próprias políticas e necessidades e mesmo dentro de um departamento, carros diferentes podem ser equipados com equipamentos diferentes.
Portanto, são as empresas que ganham um processo licitatório que cuidam da instalação eles mesmos mediante uma especificação técnica no edital.
3.1 – Grafismo
Uma das primeiras coisas que as pessoas notam em um carro de polícia é os decalques no veículo que chamamos de grafismo (imagens, letras e emblemas que são fixados na funilaria do carro).
No Brasil, não há critérios ou padrões unificados para caracterizar carros de polícia. Então cada estado ou município determina como seus carros serão caracterizados.
O objetivo do grafismo é fazer com que o carro seja fácil de ser identificado e reconhecido sendo que esta aparência pode variar desde as cores preto e branco ou vermelho como diferentes emblemas a esquemas de pintura mais elaborados com listras e letras.
3.2 – Barra de Sinalização de Topo em Led
A barra de sinalização de topo é outro elemento chave pois é a primeira coisa que as pessoas notam quando o veículo está em operação.
As barras de luz modernas são simplificadas e contêm internamente módulos de luzes múltiplas em vermelho, azul e branco, todas girando e pulsando em padrões difíceis de não serem percebidos mesmo à luz do dia.
3.3 – Sinalização em Led Frontal
A sinalização em led frontal é instalada de forma a sinalizar em azul ou vermelho o veículo de polícia. Na imagem acima podemos ver ela na frente do veículo mas pode ser instalada nas laterais e traseira também.
Tanto veículos da polícia militar quanto guarda municipal, possuem este tipo de sinalização mas também é comum vermos o led frontal em veículos descaracterizados, sem grafismo, no caso da polícia civil que não possui barra de sinalização no topo. Assim, quando entra em uma perseguição por exemplo, esta sinalização pode ser acionada identificando que trata-se de um carro de polícia.
3.4 – Sirene
O ruído da sirene fabricada exclusivamente para um carro da polícia é gerado por uma hélice que gera pulsos de ar por orifícios de formato especial em um pequeno tambor.
O som resultante é incrivelmente nítido e alto. Os sistemas de sirene mais modernos podem controlar automaticamente os pulsos de ar para gerar uma variedade de sons, como o Wail, Yelp, Hi-Yelp, Hi-Lo + (momentâneo) e Horn.
Também são desenvolvidas com tecnologia digital microcontrolada, construída em corpo injetado em termoplástico de alta performance, composto de nylon com fibra, resistente a impactos, vibração, calor e a prova de água, atendendo ao grau de proteção Ip66.
Tudo isso é para atender os diferentes esforços que demandam um carro de polícia.
3.5 – Rádio de Comunicação de um Carro de Polícia
A polícia usa rádios que operam em banda larga e que transmitem em faixas de frequência especiais reservadas para polícia nas faixas de VHF e UHF.
Com este equipamento, os policiais também podem conversar ao microfone do rádio por meio de alto-falantes integrados à sirene, permitindo que eles o utilizem como um sistema de som público.
3.6 – Computador de Bordo de um Carro de Polícia
Os carros de polícia modernos possuem também tablets ou laptops. Os policiais usam estes computadores para acessar vários bancos de dados, preencher formulários e registrar depoimentos de testemunhas enquanto ainda estão no local.
O computador também pode ser usado para fazer upload de fotos digitais que eles tiraram de cenas de crime. Alguns departamentos utilizam tecnologia sem fio (3G ou 4G) para que os policiais possam verificar os números das placas ou identificações suspeitas em um banco de dados de carros roubados ou mandados pendentes.
3.7 – Acessórios de Proteção Internos e Celas de um Carro de Polícia
Você já se perguntou o que há no banco de trás de um carro de polícia? O banco traseiro de uma viatura policial não é confortável!
Ele é feito feito de plástico rígido ou vinil liso para ser facilmente limpo ( Os bancos dos carros acabam cobertos por grande variedade de fluidos corporais).
Em alguns carros, o assento é apertado, forçando os suspeitos a se sentarem muito abaixados ou com a cabeça abaixada. É feito para suprimir psicologicamente o suspeito e tornar mais difícil alguma tentativa de ganhar força ou impulso com o intuito de atacar ou fugir.
O que protege os policiais no banco da frente de prisioneiros violentos no banco de trás? No Brasil, este dispositivo, uma gaiola de malha de aço instalada entre o motorista e o passageiro e manter o detido isolado.
As janelas traseiras também podem ser reforçadas com uma tela de aço de forma a proteger as janelas. Vale lembrar que embora os vidros sejam fortes, eles podem ser chutados por uma pessoa forte o suficiente para que o mesmo seja quebrado.
Nem é preciso dizer que as portas traseiras de um carro de polícia não podem ser destrancadas por dentro. As celas são grades com malha de aço instaladas na traseira da viatura para trancar o suspeito no veículo.
links de referência: https://auto.howstuffworks.com/police-car3.htm